Actividade 3 - Recolha e Analise de dados

 


Actividade 3 - Recolha e Analise de dados
Dados são todas as informações
relacionadas ao problema e hipótese de pesquisa, utilizados pelo pesquisador durante a elaboração do trabalho. Os mesmos podem ser classificados em primários e secundários.
Primários - são dados extraídos da realidade em primeira mão pelo investigador, não se encontrando, portanto, registados em outros documentos. As técnicas para a recolha de dados primários são: a entrevista, questionários e a observação.

 

são chamados de secundários por já terem sido anteriormente, elaborados e registados com finalidade específica para a pesquisa que os gerou o registou, podem se encontrar dados secundários na web, em livros, teses, dissertações, artigos, tabelas, gráficos, esquemas, etc.…elaborados por entidades de pesquisa ou associações de classe, universidades, entre outros.

A pesquisa, é entendida como a actividade básica da ciência na sua indagação e construção da realidade, vincula pensamento e ação. Minayo (1994, p. 17) considera que “nada pode ser intelectualmente um problema, se não tiver sido, em primeiro lugar, um problema da vida prática”. Assim, a pesquisa se realiza fundamentalmente por uma linguagem fundada em conceitos, proposições, métodos e técnicas, linguagem esta que se constrói com um ritmo próprio e particular. Tal ritmo é denominado ciclo de pesquisa, que representa um processo de trabalho em espiral que começa com um problema ou uma pergunta e termina com um produto provisório capaz de dar origem a novas interrogações.

O ciclo de pesquisa, segundo Minayo (1994), compõe-se de três momentos:
  • fase exploratória da pesquisa; 
  • trabalho de campo; e
  • tratamento do material. 

A fase do tratamento do material leva o pesquisador à teorização sobre os dados, produzindo o confronto entre a abordagem teórica anterior e o que a investigação de campo aporta de singular como contribuição. Após a coleta de dados, a fase seguinte da pesquisa é a de análise e interpretação. A análise tem como objetivo organizar e sumariar os dados de tal forma que possibilitem o fornecimento de respostas ao problema proposto para investigação. Já a interpretação tem como objetivo a procura do sentido mais amplo das respostas, o que é feito mediante sua ligação a outros conhecimentos anteriormente obtidos (Gil, 1999, p. 168).

No caso dos estudos enquadrados no enfoque quantitativo, normalmente, recorre-se a testes paramétricos ou não paramétricos com suporte de pacotes estatísticos, para analisar os dados e  aprofundar o tema. 

O estudo qualitativo, que prioritariamente emprega técnicas de coleta de dados como a entrevista semi-estruturadas, não estabelece clara separação entre a coleta de informações e a sua interpretação. Isso se apresenta, de forma mais evidente, no estudo qualitativo de cunho fenomenológico, no qual o investigador ocupa um lugar proeminente. A dimensão subjetiva desse enfoque, cujas verdades se baseiam em critérios internos e externos, favorece a flexibilidade da análise dos dados, permitindo a passagem entre informações que são reunidas e que, em seguida, são interpretadas para o levantamento de novas hipóteses e nova busca de dados (Triviños, 1987).

À medida que os dados vão sendo coletados, o pesquisador vai procurando tentativamente identificar temas e relações, construindo interpretações e gerando novas questões e/ou aperfeiçoando as anteriores, o que, por sua vez, o leva a buscar novos dados, complementares ou mais específicos, que testem suas interpretações, num processo de “sintonia fina” que vai até a análise final (Alves-Mazzotti; Gewandsznajder, 1998, p. 170).
Dentre as várias técnicas de análise de dados na pesquisa qualitativa, Merriam (1998) destaca: 
  • análise etnográfica; 
  • análise narrativa; 
  • análise fenomenológica;
  • método comparativo constante e; 

  • análise de conteúdo e indução analítica.


Em estudo qualitativo o jeito certo para analisar dados é fazê-lo simultaneamente com a coleta de dados. Sem dúvida, sem análise contínua os dados podem não ter foco. A coleta e a análise de dados acontecem simultaneamente dentro e fora do campo.
Observa-se, entretanto, que a maioria das técnicas de análise procura seguir os padrões da análise quantitativa, ou seja, tem o propósito de contar a frequência de um fenômeno e procurar identificar relações entre os fenômenos, com a interpretação dos dados recorrendo a modelos conceituais definidos a priori. O conjunto destas técnicas vem sendo denominado análise de conteúdo. A análise de conteúdo, de acordo com Minayo (1994), é a expressão mais comumente usada para representar o tratamento dos dados de uma pesquisa qualitativa.

A recolha e a análise de dados são realmente um processo contínuo que pode estender-se indefinidamente. Como saber se os dados coletados são suficientes? A decisão para finalizar este processo pode estar fundada nos seguintes critérios: esgotamento de fontes; saturação de categorias; aparecimento de regularidades e hiperextensão.

Ao findar a interpretação dos dados, o pesquisador passará à montagem do relatório final da pesquisa, que abrange o relato do que desencadeou a pesquisa, da forma pela qual ela foi realizada, dos resultados obtidos, das conclusões a que chegou e das recomendações e sugestões que o pesquisador faz a outros.
 
Referências Consultadas
ALVES-MAZZOTI, A. J.; GEWANDSZNAJER, F. O método nas ciências naturais e sociais: pesquisa quantitativa e qualitativa. 2.ed. São Paulo: Pioneira, 1998.
GIL, A.C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5.ed. São Paulo: Atlas, 1999. ______. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 1987. 
MINAYO, M. C. S. et al. Pesquisa social: teoria, método e criatividade. Petropolis: Vozes, 1994. 
TRIVIÑOS, A. N. S. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em educação. São Paulo: Atlas, 1987. 





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