De acordo com Jackson (2013), o ecossistema compreende a relação de interdependência e coexistência encontrada em várias espécies, entre estas, os seres humanos. Tal relação de interdependência é autorregulada internamente, de modo que o equilíbrio é sempre mantido. Portanto, fica claro que a dinâmica de interação existente, bem como a metamorfose constante e necessária quando se trata da coexistência entre seres diferentes
Para Díez-Gutiérre e Díaz-Nafría (2018), as ecologias de aprendizagem, ou seja, os espaços que fomentam e apoiam a criação de redes de aprendizagem, fizeram com que as barreiras existentes nos currículos formais desaparecessem, dando a possibilidade para que pessoas de culturas e realidades socioeconômicas diversas pudessem se engajar no acesso, produção e troca de conhecimento.
Estrutura de um Ecossistema Digital de Aprendizagem em Rede
Relativamente à sua estrutura, o mesmo pode assumir qualquer tamanho, desde que comporte indivíduos da espécie humana (professores e estudantes), organismos da espécie digital (conteúdos), um ambiente digital (as tecnologias) e as interações entre os mesmos.
Segundo Wilkinson (2002), a arquitetura fundamental de um Ecossistema Digital de Aprendizagem em Rede assenta nos seguintes elementos:
- uma taxonomia de conteúdos partilhada;
- sistemas de gestão de aprendizagem (Learning Management Systems);
- sistemas de gestão de conteúdos de aprendizagem (Learning Content Management Systems); d) repositórios de objetos de aprendizagem;
- sistemas de integração e gestão de fluxo de trabalho (workflow);
- motores de avaliação (Assessment Engine);
- motores de simulação e jogos (Game Engine);
- ferramentas de colaboração e discussão; e
- elementos de suporte e orientação.
As fronteiras do sistema em rede, em analogia às fronteiras de um sistema biológico, definem os limites do Ecossistema Digital, sendo que estes são determinados por influências internas (como a construção do conhecimento, os objetivos educacionais, as atividades de aprendizagem) e por influências externas (tais como aspetos sociais e culturais).
Como num sistema biológico, os elementos da comunidade podem formar grupos espontaneamente, podendo interagir uns com os outros, sendo que, para garantir o seu sucesso, cada indivíduo e cada grupo deve adaptar-se às condições ambientais e encontrar o seu “nicho”.
O desenvolvimento de Ecossistemas constituídos por ambientes de aprendizagem digitais em rede, baseados neste conceito de ecologia, requer, na realidade, uma mudança significativa na forma de pensar o ato educativo.
Considerações finais
Atualmente, com o advento das Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação, os grupos e os ecossistemas dos quais fazemos parte transcendem os espaços físicos e as circunscrições que outrora delimitavam nossas possibilidades de interação. Com o acesso à internet e um smartphone em mãos, podemos nos conectar com pessoas, realidades e contextos completamente diferentes. Diante desse contexto, por que não pensar em estratégias que utilizem as tecnologias para encurtar distâncias, aproximando realidades diferentes e favorecendo o compartilhar, a troca de conhecimentos e a aprendizagem?
Fontes consultadas:
https://manuelfariasousa.pt/ficheiros/d37912284M0huIKNhgG.pdf
DÍEZ-GUTIÉRREZ, E.; DÍAZ-NAFRÍA, J.-M. Ubiquitous learning ecologies for a critical cybercitizenship. [Ecologías de aprendizaje ubicuo para la ciberciudadanía crítica]. Comunicar, n. 54, p. 49-58, 2018. Disponível em: . Acesso em: 25 de Abril. 2021
Jackson, N. J. (2013) Life wide Learning, Education & Personal Development e-book. Chapter A5. The Concept of Learning Ecologies. Disponível em: . Acesso em: 25 de Abril. de 2021.
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